Mais de 70% das lideranças comunitárias beneficiadas em programa social do governo do Amazonas são mulheres
Prosamin+, do governo do Amazonas, tem política de gênero com foco no público feminino. Dos quase 60% dos lares programa são chefiados por mulheres
As mulheres têm representatividade absoluta entre as lideranças comunitárias do novo Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+). Elas representam 71% do público que faz parte das instâncias de participação do programa, que está sendo implantado pelo Governo do Amazonas em um trecho do igarapé do Quarenta, entre as comunidades da Sharp, na zona leste, e Manaus 2000, na zona sul.
Nessas áreas, o governo do Estado está reassentando mais de 2 mil famílias que vivem sob risco de alagação, além de beneficiar outras 60 mil com saneamento básico e urbanização. A garantia de que pelo menos 50% das vagas nas instâncias de participação do programa sejam ocupadas por mulheres está contemplada na Política de Gênero e Diversidade implementada pelo Prosamin+.
A representatividade feminina pode ser vista nos Comitês de Representantes das Comunidades (CRC); Agentes de Vizinhança; Escritório de Gestão Compartilhada (ELO) e, principalmente, nos Grupos de Apoio Local (GAL), que são as instâncias de participação comunitária.
Para o coordenador executivo da UGPE, engenheiro Civil Marcellus Campêlo, o protagonismo das mulheres no Prosamin+ aumenta ainda mais a responsabilidade do programa em desenvolver políticas públicas que garantam um ambiente de inclusão. Isso também diz respeito, ele reforça, às instâncias que representam a comunidade junto ao programa.
“Temos estudos que mostram que quase 60% dos lares no novo Prosamin+ são chefiados por mulheres. São elas que estão à frente das famílias e também comandam as lutas por melhorias para todos”.
Em 2019, em início de primeiro mandato, o governador Wilson Lima decidiu levar o programa pela primeira vez para a zona leste, no caso a Comunidade da Sharp, atendendo a uma reivindicação de mais de 20 anos dos moradores da área. “O governador ouviu essas mulheres e priorizou a comunidade. Em 2020, lançou o programa para aquela área”, lembra o coordenador.
Silvane Mendes é membro do GAL na Comunidade da Sharp e também integrante do movimento “SOS Sharp”, criado por mulheres para lutar por melhorias na área onde as famílias sofriam há mais de 20 anos com problemas de alagação.
“Tomamos à frente, buscamos os governantes, falamos da nossa necessidade. Hoje, o (Prosamin+) da Sharp vai ser entregue. Estou muito orgulhosa e feliz por fazer parte disso tudo. Eu e as lutadoras da Sharp teremos o que sempre sonhamos, um lar digno”, comemorou.
Outra integrante do GAL da Sharp que encampou a luta das mulheres pelo Prosamin+ é Sulimara Freitas, moradora da comunidade há 19 anos. Ela relata que foi muito importante a atuação da liderança comunitária para sair da área de risco.
“Eu vim para cá pela necessidade. E, hoje, ver que a correria para conseguir uma moradia digna deu resultado, é uma vitória. Nunca imaginei isso na minha vida”, afirma.
De acordo com a subcoordenadora do setor social da UGPE, Viviane Dutra, a política de gênero do programa garante oportunidade de voz para o público feminino.
“As mulheres do ‘SOS SHARP’ são exemplos de força de mobilização. O governo acolheu e ouviu essas mulheres. As propostas delas foram essenciais nas consultas pública e durante todo o processo de implementação do programa”, observa.
A microempreendedora individual Ana Suzy Monteiro já passou pelo processo de reassentamento e hoje é uma liderança atuante no Residencial Mestre Chico II, construído em etapas anteriores do programa. Além de liderar, ela dá aulas de doces e confeitarias para outras mulheres no ELO do Residencial Mestre Chico.
“Eu sou líder comunitária há 8 anos, ajudando na mobilização para o trabalho social na comunidade, na mediação de conflitos entre vizinhos, organização do residencial, além de informar os moradores através de aplicativo de mensagens os cursos, ações e plantões sociais na área. Como líder comunitária, me sinto parte da família desses moradores, porque eles se abrem para falar do que estão passando”, conta Ana Suzy.