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Mulher amazonense, que trabalha fora e cuida do lar, tem carga de trabalho de quase 58 horas semanais

Dados são dos indicadores de gênero, divulgados nesta sexta-feira, Dia Internacional da Mulher, pelo Superintendência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Amazonas

No Amazonas, as mulheres dedicaram 20,4 horas do seu dia cuidando de outras pessoas e ou em afazeres domésticos, quase oito horas a mais que os homens, que gastam pouco mais de 12 horas. O Estado é o é o terceiro no ranking dos Estados do Norte onde as mulheres dedicam mais horas aos cuidados com as pessoas e aos afazeres domésticos.

O dado indica o quanto a carga de trabalho das mulheres é alta, já que além do trabalho normal, elas dedicam várias horas para cuidar da casa e das pessoas. Uma mulher que trabalha 40 horas semanais como empregada, trabalha mais 17,7 horas em casa, totalizando uma carga horária de 57,7 horas semanais. O número de horas trabalhadas é maior entre as mulheres de 60 anos ou mais (20,8h) e as mulheres de 30 a 49 anos (21,1h). As pretas e pardas tiveram maior dedicação.

Os dados constam Conjunto Mínimo de Indicadores de Gênero (GMIG), divulgado nesta sexta-feira (08/03), Dia Internacional da Mulher, que traz um diagnóstico sobre as condições de vida das mulheres no país. Na análise constam desigualdades de gênero, com dados sobre diferenças anatômicas e diferenças socialmente construídas e que estão associadas ao sexo da pessoa ao nascer. Foram consideradas ainda as desigualdades entre as mulheres (cor ou raça; lugar de residência; idade; renda; deficiência; entre outras.

Considerando o recorte por cor ou raça, no Amazonas, as mulheres da cor preta ou parda tiveram maior dedicação a afazeres domésticos e cuidados com pessoas (17h) do que as de cor branca (16h). Entre as grandes regiões brasileiras, no Nordeste, as mulheres dedicaram mais horas a essas atividades (23,5h), sendo essa a região com maior desigualdade em relação aos homens.

Embora as mulheres trabalhem mais horas que os homens, a parcela feminina entre os desempregados é maior que a de homens. O Amazonas tem o segundo maior percentual de mulheres não ocupadas no Norte. O nível de ocupação é menor entre mulheres de 25 a 54 anos, com filhos de até seis anos, do que as sem crianças.

Escolaridade

Entre as docentes do nível superior, o Amazonas está atrás da maioria dos estados da Região Norte, assim como os nascimentos assistidos por pessoal qualificado. Ao lado de Rondônia, o estado tem a quinta maior proporção de mulheres docentes no ensino superior.

Em 2022, o Amazonas tinha 2.701 mulheres docentes no ensino superior e 3.048 homens. A proporção de mulheres foi de 47%. Entre os Estados da região Norte, o Amazonas, juntamente com Rondônia, ocupou a quinta posição no ranking. O índice fica 0,3% abaixo do nacional e 1,4% abaixo da proporção da Região.

Apesar do maior acesso ao ensino superior, as mulheres ainda são ligeiramente minoritárias entre os docentes desse nível de ensino, no país.

Vida pública e tomada de decisão

Nos poderes Legislativo e Executivo, respectivamente, nenhuma mulher do Estado ocupada cadeira na Câmara dos Deputados e há somente cinco prefeitas eleitas em todo Estado, pouco mais de 8% dos cargos disponíveis.

A proporção de cadeiras ocupadas por mulheres no Poder Legislativo e nos governos locais foi um indicador utilizado para monitorar o alcance da meta de assegurar às mulheres igualdade de acesso às estruturas de poder e aos processos de tomada de decisão, visando o equilíbrio das relações de poder entre mulheres e homens.

Com relação as mulheres que ocupam cargos gerenciais, elas ganham mais, porém são minoria. A proporção de mulheres em cargos gerenciais no Amazonas é de 38%, bem abaixo do total ocupado por homens (62%).

Apesar de estarem em menos cargos gerenciais, a pesquisa mostrou que as mulheres que conseguiram se destacar, em 2022, ganhavam R$ 337,00 a mais que os homens na mesma posição, no Amazonas.

Desemprego

No Amazonas, o desemprego atinge mais mulheres do que homens. Entre as mulheres, as de cor branca são mais atingidas (19,1%) que as de cor preta ou parda (16,3%). Na Região Norte, as pretas e pardas, desempregadas, são maioria (13,6%). A diferença se repete em nível nacional. As pardas representam 14,0% e as brancas 9,2% das mulheres desempregadas.

O desemprego afeta principalmente as mulheres com crianças menores de até seis anos. As mulheres de 25 a 54 anos, que cuidam de crianças de até seis anos, têm menor nível de ocupação (51,6%). A diferença é de 4,6 pontos percentuais em relação àquelas sem crianças da mesma idade, em casa (56,2%). Para os homens essa condição interferiu bem menos na ocupação. Enquanto àqueles, de 25 a 54 anos, com crianças de até 6 anos de idade no domicílio alcançaram ocupação de 85,5%, os sem criança de até 6 anos em casa, ficaram com nível de ocupação de 81,6%.

Não estudam e não trabalham

No Amazonas 30,6% das mulheres, de 15 a 24 anos, não estudam, não estão ocupadas e não estão em treinamento. Para os homens o percentual identificado, no mesmo critério, foi de 18,1%, indicando que maioria dos jovens que não trabalham e nem estudam é composta por mulheres.

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