Agência de Defesa Agropecuária do Amazonas reforça medidas de vigilância contra influenza aviária
Doença tem alto índice de contágio e impactos severos no setor da avicultura
A confirmação de casos de influenza aviária (IA) em países vizinhos ao Brasil levou a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) a adotar, desde o ano passado, uma série de medidas para reforçar a vigilância no estado, intensificando as visitas a granjas e propriedades de avicultura de subsistência.
Em novembro de 2022, foram detectados casos de IA na Colômbia, Equador, Peru, Venezuela e Chile. Assim que a doença foi confirmada, uma equipe de fiscais agropecuários médicos veterinários da Adaf foi deslocada para atuar com vigilância ativa em Tonantins, Santo Antônio do Içá, Amaturá, São Paulo de Olivença, Benjamin Constant, Atalaia do Norte e Tabatinga, que integram a área de fronteira do Brasil com os países vizinhos.
A fiscal agropecuária médica veterinária Fernanda Rech, que coordena o Plano Nacional de Sanidade Avícola na Adaf, explica que a agência tem se empenhado para mapear e chegar ao maior número possível de criadouros de aves, levando informação aos produtores. A atividade de orientação enfatiza especialmente a importância das telas, para evitar o contato de seus animais com aves silvestres, que podem ser reservatórios de vírus, e pedindo para que fiquem atentos a qualquer sinal de mortalidade.
Fernanda destaca que, em janeiro deste ano, a Adaf realizou a coleta de sangue e swab de cloaca e traqueia em cumprimento ao Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle.
A primeira etapa do inquérito epidemiológico – com coleta de material biológico de aves em mais de 100 granjas distribuídas por 25 municípios – teve como objetivos a detecção precoce de casos de IA e Doença de Newcastle (DNC) nas populações de aves domésticas e silvestres; a demonstração de ausência de IA e DNC na avicultura industrial de acordo com as diretrizes internacionais de vigilância para fins de comércio; e o monitoramento da ocorrência de cepas virais da IA para subsidiar estratégias de saúde pública e saúde animal.
“Agora, vamos iniciar o inquérito epidemiológico voltado para as propriedades de subsistência. Muitas vezes, os animais são criados livres, aumentando o risco de contato com aves silvestres e, portanto, o risco de contaminação”, afirma.
Nessas visitas aos pequenos produtores, as equipes da Adaf vão também reforçar a educação sanitária, especialmente nas áreas próximas aos sítios de aves migratórias. O Amazonas tem atualmente quatro sítios de aves migratórias registrados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), localizados na Reserva Extrativista Catuá-Ipixuna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá; RDS Piagaçu-Purus; e Ilhas do Cumaru e do Papagaio, entre os municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão.
Neste mês, a Adaf foi notificada de uma suspeita de doença respiratória e nervosa em um plantel de aves de subsistencia, no município de Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus). A agência realizou a coleta de material biológico e aguarda resultado final da análise do laboratório oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
A IA e a DNC são causadas por vírus, com alto índice de contágio e impactos severos no setor da avicultura. A Adaf pede a colaboração dos produtores, profissionais da área e da população em geral para que notifiquem imediatamente à agência eventos excepcionais de mortalidade de aves silvestres ou domésticas, ou qualquer sintoma compatível, pelo telefone (92) 99380-9174.
Fotos: Divulgação/Adaf