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Levantamento aponta que em dois anos, covid-19 matou 539 crianças com até três anos de idade no Brasil

Número é três vezes maior do que o das mortes por doenças como tétano, difteria e tuberculose

A covid-19 matou em 2020 e 2021 mais que o triplo de crianças de 6 meses a 3 anos que a soma de todas as mortes nessa faixa etária ao longo da última década por doenças que podem matar e são preveníveis por vacinas.

Enquanto doenças como tétano, difteria, sarampo e tuberculose causaram 144 óbitos de crianças com idade entre 6 meses a 3 anos, a Covid-19, em um período de dois anos, matou 539 delas nessa faixa etária.

Os dados foram levantados pelo Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância (Fiocruz/Unifase) a partir do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).

Os pesquisadores Patricia Boccolini e Cristiano Boccolini consideraram a Lista Brasileira de Mortes Evitáveis para menores de 5 anos para a análise.

A lista, formulada por especialistas de diversas áreas ligadas à saúde infantil e coordenada pelo Ministério da Saúde,  inclui 14 doenças com desfecho fatal prevenível por imunização: neurotuberculose, tuberculose miliar, tétano neonatal, tétano, difteria, coqueluche, poliomielite, sarampo, rubéola, hepatite B, caxumba, rubéola congênita, hepatite viral congênita e meningite meningocócica do tipo B.

As doenças dessa lista, nos dois anos de registro no Brasil, foram dadas como causas de 144 óbitos de crianças de 6 meses a 3 anos, apesar de algumas delas não terem causado nenhuma morte infantil, como é o caso da poliomielite, erradicada desde 1994 no país.

Já a covid-19, em um período de dois anos, matou 539 crianças nessa faixa etária. As crianças de 6 meses a 3 anos representam cerca de duas em cada cinco menores de 5 anos que morreram com Covid-19 nos dois primeiros anos da pandemia.

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