Amazonas certifica primeira propriedade livre de brucelose e tuberculose no estado
Certificação da Adaf atesta sanidade dos animais e assegura saúde de quem produz e consome produtos do estabelecimento
A Fazenda São Pedro está localizada no município de Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus) é a primeira propriedade livre de brucelose e tuberculose no estado do Amazonas. A certificação, realizada pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado (Adaf), solicitada de forma voluntária pelos donos do empreendimento, ocorreu na quinta-feira (02/06), durante a oitava edição da Feira de Bubalinos de Parintins (369.21 km de Manaus), região do Baixo Amazonas.
A proprietária da fazenda São Pedro, Jussara Haddad, afirma que a conquista do status de propriedade livre de brucelose e tuberculose é resultado do trabalho conjunto de toda uma equipe de funcionários, com acompanhamento de profissionais capacitados do sistema de produção rural do governo do Amazonas.
“Minha equipe e eu fomos orientados e acompanhados pelo zootecnista, professor e doutor Fábio Jacobs, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e pela equipe do sistema Sepror, Adaf e Idam, na pessoa do médico veterinário Jaderson Holanda Weiller. Como presidente da Associação de Criadores de Búfalos do Amazonas (ACBA), eu me sinto no dever de dar o bom exemplo, e de demonstrar que é possível ter um plantel bubalino sadio”, destacou a criadora.
Jussara Haddad manifestou expectativa de que outros pecuaristas se sintam estimulados pela conquista do seu empreendimento, e busquem a mesma certificação, em especial os do Médio Amazonas, para que a região se torne livre de tuberculose e brucelose e os produtos sejam reconhecidos pela boa procedência e sejam mais valorizados.
A entregada da certificação foi feita pelo titular da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Petrucio Magalhães Júnior, e pelo diretor-presidente da Adaf, Alexandre Araújo.
Para o gestor da autarquia, a certificação da primeira propriedade livre de brucelose e tuberculose é mais uma importante conquista para o fortalecimento do setor primário.
“Este é um marco para o Amazonas e uma alegria para a defesa agropecuária estadual, que, por meio dos seus servidores, trabalha diariamente para garantir a sanidade dos animais e a qualidade dos produtos que chegam à mesa do povo amazonense”, destacou.
Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina (PNCEBT) na Adaf, a médica veterinária Angélica Martina, além de valorizar o rebanho e reduzir as perdas econômicas causadas pela brucelose e tuberculose, a conquista deste status proporcionará ao estabelecimento ganhos econômicos, trânsito animal facilitado, vantagens durante a comercialização dos animais e o reconhecimento da sanidade do rebanho quanto às duas enfermidades.
“Mais do que uma questão de sanidade animal, o controle destas doenças é uma medida de saúde pública, já que a brucelose e tuberculose são zoonoses e podem ser transmitidas aos seres humanos. Nesse sentido, as ações para a erradicação são fundamentais, pois asseguram a saúde de quem produz e de quem consome produtos e derivados da carne e do leite bovídeos”, enfatizou.
Requerimento
Qualquer propriedade de bovinos e/ou bubalinos cadastrada junto à Adaf pode manifestar interesse em obter a certificação.
Para iniciar o processo, basta que o produtor busque um médico veterinário habilitado para a realização dos exames de brucelose e tuberculose exigidos pelo PNCEBT; arque com o custo das atividades de controle das duas enfermidades; utilize sistema de identificação individual dos animais aprovado pela Adaf, vacine todas as fêmeas bovinas e bubalinas na faixa etária de 3 a 8 meses contra a brucelose; e solicite o requerimento junto à Unidade Veterinária Local (UVL) da Adaf onde o estabelecimento está cadastrado.
Cumpridas estas etapas, todo o rebanho da propriedade é testado até que dois resultados negativos consecutivos sejam obtidos no intervalo de seis a 12 meses. Para a garantia dos resultados, o processo é acompanhado pela equipe da Adaf, e amostras de sangue na última testagem para brucelose são enviadas para o laboratório da Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários, do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.
O PNCEBT foi instituído no Brasil pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Normativa nº 02/2001, regulamentada pela Instrução SDA nº 10/2017, e tem por objetivo reduzir os impactos negativos da brucelose e tuberculose na saúde humana e animal, e promover a competitividade da pecuária nacional.
Foto: Deyserreen Costa/Sepror